Por que UX tem tudo a ver com saúde mental?

É papel das redes sociais, e de todos os produtos digitais modernos, oferecer um ambiente seguro e saudável para clientes e usuários.
Por que UX tem tudo a ver com saúde mental? Por que UX tem tudo a ver com saúde mental?

Você mal abriu o olho, nem mesmo se levantou da cama, e já se revira em busca do celular. As notificações invadem sua tela anunciando tudo que você perdeu em apenas algumas horas de sono: mensagens no WhatsApp, notícias pelo mundo, algumas curtidas no Instagram e no Facebook.

As redes sociais e a tecnologia já são causadoras de um distúrbio psicológico chamado FoMO, do inglês Fear of Missing Out, um sentimento de ansiedade que nos incentiva a estar conectados a todo momento, pelo medo de perder as oportunidades.

O FOMO é apenas um dos transtornos associados à modernidade. Depressão e ansiedade vêm sendo apontadas como os males do século há anos e diversos estudos já relacionam o impacto das redes sociais sobre a saúde mental das pessoas, principalmente sobre a geração de nativos digitais, onde a incidência desses distúrbios é ainda maior.

É papel das redes sociais, e de todos os produtos digitais modernos, oferecer um ambiente seguro e saudável para clientes e usuários.

Pressionadas pelos próprios usuários a assumir essa responsabilidade, as companhias passaram a investir em ações de proteção ao usuário, sem limitar sua liberdade de expressão. Um bom exemplo disso é que o Facebook passou a ocultar, estabelecer um limite de alcance e, as vezes, até exibir avisos de publicações com conteúdo sensível, que envolvem imagens e vídeos de violência explícita, incitação ao suicídio, entre outros temas.

Recentemente, o Instagram gerou bastante polêmica ao ocultar o número de curtidas nas fotos. A rede social entendeu que isso poderia ajudar no combate ao bullying e doenças relacionadas ao comportamento social. A decisão dividiu a opinião dos usuários e até mesmo de especialistas em tecnologia, mas não foi a primeira vez que a rede se posicionou em prol da saúde mental. Ao buscar por palavras como “ansiedade”, “depressão” e “suicídio”, na aba Explorar, o internauta não tem acesso direto às publicações relacionadas à pesquisa. Antes, recebe um aviso da rede oferecendo ajuda. Ao clicar em “obter suporte”, ele pode escolher entre conversar com um amigo, entrar em contato com um voluntário do CVV (Centro de Valorização da Vida) ou ler dicas de pequenas atitudes que podem ajudar em momentos difíceis, como dar uma volta ou tomar um banho quentinho.

O CVV, aliás, esteve envolvido em uma parceria super interessante com o Facebook. Juntos, eles desenvolveram um chatbot de prevenção ao suicídio. O “robô de conversas”, programado com Inteligência Artificial no aplicativo Messenger, possui respostas prontas para dúvidas e é capaz de reconhecer termos como “tristeza” e “quero me matar”. Com base no nível de pretensão de suicídio, os usuários são encaminhados para atendimento de apoio emocionai, realizado pelos voluntários do Centro, e, em casos mais graves, socorristas locais são acionados pela rede social. Para se ter uma ideia, 3,5 mil pessoas foram atendidas pelo bot somente em 2018.

Todas essas ações visam melhorar a experiência do usuário. Falar sobre UX (User Experience) é mais que apenas desenvolver um produto digital esteticamente bonito, com usabilidade incrível, com facilidade de leitura e acessibilidade digital. É, também, criar mecanismos que propiciem momentos de qualidade no uso desses produtos, o que inclui a preocupação com a saúde mental do usuário.

Nas atualizações mais recentes do iOS e Android, formam incluídas funcionalidades, como o “Tempo de Uso”, que mostra, de forma clara, quanto tempo foi gasto com cada tipo de aplicativo. Dessa forma, você pode tomar decisões fundamentadas sobre o uso dos dispositivos, além de definir limites, se quiser.

Iniciativas como essa vem de uma preocupação das gigantes de tecnologia em prestar atenção com a saúde mental dos usuários. Assim, UX tem tudo a ver com saúde mental pois é através da análise de grandes massas de dados, de estudos de usabilidade e de entrevistas com clientes que nascem funcionalidades como essa.

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