Considerado um dos homens mais influentes do mundo pela revista TIME, Malcolm Gladwell volta ao centro dos holofotes – mas, pelo menos dessa vez, não é por escrever um livro. Autor de best-sellers como Blink e The Tipping Point, o inglês com coração canadense faz sua estreia nas telonas, mas sem nenhuma flexão com a dramaturgia.
Sob o comando cirúrgico do escritor, diretor e produtor Alex Horwitz, Gladwell conduz os espectadores na narrativa do documentário Autonomy, que aborda as mais variadas questões sobre os carros autônomos.
Com um apelo estético bastante cinematográfico, o projeto cumpre à risca sua missão informativa, jogando luz tanto em questões técnicas, quanto morais, éticas e humanas – afinal, esta tecnologia vai, definitivamente, mexer em questões sensíveis à vida moderna.
Densas entrevistas com os pioneiros do setor são bem amarradas em um roteiro que não deixa margem para o tédio, e nem perde o foco de sua tarefa de entreter e provocar, simultaneamente.
Embora ainda não tenham concebido entrevistas sobre a obra, diretor e “narrador” terão a oportunidade de vivenciar a recepção e os questionamentos do público ao vivo, no palco do SXSW, pois tanto Horwitz, quanto Gladwell confirmaram presença no Atom Theater, dia 9 de março, às 11 horas da manhã.
Mesmo sem a presença das estrelas, o documentário volta a ser exibido dia 11 de março, às 19h, no Alamo Ritz 2; e dia 13 de março, às 11h45, no Alamo Lamar D.
Perguntado, certa vez, sobre a expectativa do lançamento de um de seus livros, Gladwell disse ao jornalista do The New York Times que não ficam imaginando exatamente como será: “As partes que você acha que vão causar um grande impacto são ignoradas, e trechos que você escreveu em um dia, de forma apressada, e tem certeza que ninguém vai mencionar de novo, são, nas verdade, o que todo mundo tem na cabeça. Então, vai saber, né?” – é provável que o jornalista mantenha intacto sua postura diante de sua estreia nas telonas. E logo saberemos quais os trechos deste documentários que vão passar batidos, e quais virarão pautas de grande veículos. Que, neste caso, estão longe de ser autônomos – ainda bem!