

Em um leilão da prestigiosa casa Christie’s New York, a versão mais curta de uma carta de Albert Einstein para o então presidente Franklin Delano Roosevelt foi arrematada por mais de 3 milhões de dólares. O valor faz todo o sentido, uma vez que a correspondência é considerada fundamental para o início da era nuclear americana.
Naquelas duas páginas, escritas em 2 de agosto de 1939 e idealizadas originalmente por Leo Szilard, um ex-aluno de Einstein, o respeitado físico alemão (ele renunciaria à sua cidadania natal, adquirindo as nacionalidades suíça e americana) alertava Roosevelt:
“… os recentes trabalhos na física nuclear aumentaram a probabilidade de transformar urânio em uma nova e importante fonte de energia que pode ser utilizada para a construção de bombas extremamente poderosas.”
Ele ainda fez uma importante constatação: “… suspeito que a decisão alemã de suspender as vendas de urânio, na Checoslováquia ocupada, possa ser um indício de que eles estejam tentando criar uma arma arrasadora.”
O texto do homem que ganharia o Nobel de Física, em 1921, e viria a ser considerado a personificação da ciência moderna, surtiu grande efeito, levando ao desenvolvimento do altamente secreto Projeto Manhatan, com custo total de mais de 2 bilhões de dólares e sob a liderança do físico teórico americano Julius Robert Oppenheimer.
É aqui que entra a Ufologia e a carta a qual me refiro no título deste artigo.
(Pensando que pode haver alguém desinformado por aqui, vale explicar que Ufologia é o estudo dos fenômenos relacionados aos UFOs – Unidentified Flying Object – ou OVNIs em português. Termo que já vem sendo atualizado para UAP – Unidentified Anomalous Phenomena – fenômeno anômalo não identificado, uma classificação mais abrangente, digamos assim.)
Desde o primeiro teste nuclear explosivo do Projeto Manhattan, detonado no dia 16 de julho de 1945, com o nome de Experiência Trinity, no deserto do Novo México nos EUA, a presença de objetos voadores não identificados nas imediações foi constante e preocupante.
O governo americano já estava suficientemente ocupado com uma possível espionagem soviética e agora também precisava lidar com estranhas máquinas voadoras que se aproximavam dos laboratórios ultrassecretos e dos seus campos de testes.
A solução seria usar uma arma de contra-ataque devastadora: o radar de micro-ondas!
O recém-criado Magnetron foi o componente crucial para o surgimento do destrutivo Radar SCR-584 capaz de atingir os sistemas, e fatalmente os pilotos, de qualquer aeronave intrusa.
Sim, as mesmas micro-ondas do seu forno aí da cozinha. Percy Spencer, um engenheiro da Raytheon, descobriu essa função culinária por acidente, quando notou a barra de chocolate derretendo no seu bolso, durante uma operação perto do Magnetron em atividade.
Voltando aos fatos ufológicos e a tal carta-bomba. Rezam as pesquisas dos ufólogos que algumas naves alienígenas foram abatidas nas cercanias do “Projeto Y”, o principal laboratório do Projeto Manhattan, localizado em Los Alamos, Novo México.
Na mesma época do início da fase nuclear ianque, pelo menos 3 naves teriam sido abatidas com o SCR-584, ali mesmo em Los Alamos, nas regiões de Aztec e Santo Antonio, além da famosa “queda” da nave em Roswell, um dos marcos do começo da chamada Ufologia Moderna.
Diante da captura de naves espaciais, da descoberta dos seus tripulantes, os alienígenas a quem os cientistas militares norte-americanos, após autópsias, deram a definição de E.B.E – Extraterrestrial Biological Entity – (Entidade Biológica Extraterrestre) e depois de uma série de encontros inconvenientes com os OVNIs, onde eles até atrapalharam alguns testes balísticos; Robert Oppenheimer decidiu escrever o rascunho da carta que deveria ser enviada para o seu amigo e colega, no Instituto de Pesquisas Avançadas de Princeton, Albert Einstein.
Essa, que estou chamando de “carta-bomba”, provavelmente, foi interceptada por algum alto comitê de investigação, como o Majestic 12, e nunca chegaria ao destinatário. Como eu encontrei essa carta é o que você deve estar se perguntando agora. Pois bem, aqui vai uma dica útil para os ufólogos iniciantes de plantão: assistam ao History Channel com uma caneta, ou o bloco de notas do celular, perto de vocês.
Seguindo uma pista quase escondida em um episódio do Canal da História, cheguei ao site majesticdocuments.com e acabei encontrando um PDF do rascunho original, uma cópia fotografada onde é possível ver algumas anotações e correções feitas à mão pelo próprio autor.
A sua forma de escrita, os pensamentos complexos de Oppenheimer e o conteúdo exposto, nestas seis laudas, muito similares às preocupações que o Coronel Philip J. Corso descreveu em seu livro “The Day After Roswell”, me fizeram acreditar que eu estava diante de um importante documento real de alguém da mais alta hierarquia secreta do governo militar americano.
Segue aqui, na íntegra e com alguns comentários meus entre parênteses, a carta que veio a público, mais reveladora da história, sobre a presença alienígena observando os primeiros passos nucleares da humanidade.
(versão em pdf aqui)
TOP SECRET
Rascunho Junho de 1947
RELAÇÕES COM HABITANTES DE CORPOS CELESTIAIS
(O título já diz tudo! E também deixa uma pista de quem escreveu. No original, em inglês, a palavra “celestial” está grafada mais de uma vez com “r”, “celestrial”. Oppenheimer era um poliglota estudioso, falava francês, alemão, grego antigo, latim e sânscrito. A opção por escrever celestrial, uma forma arcaica da língua inglesa, pode revelar a intelectualidade do autor e a influência dos outros idiomas aprendidos.)
As relações com seres extraterrestres não apresentam nenhum problema fundamentalmente novo do ponto de vista do direito internacional; mas a possibilidade de confrontar seres inteligentes que não pertencem à raça humana levantaria problemas cuja solução é difícil de conceber.
(Aqui fica claro que eles, os militares, já sabiam exatamente do que se tratava.)
Em princípio, não há dificuldade em aceitar a possibilidade de chegar a um entendimento com eles e de estabelecer todos os tipos de relações. A dificuldade reside em tentar estabelecer os princípios em que essas relações devem se basear.
(Quando eu li “todo os tipos de relações”, pensei quase instantaneamente no gado mutilado, nas abduções, nas experiências de hibridização das raças e nas milhares de pessoas misteriosamente desaparecidas no mundo todo.)
Em primeiro lugar, seria necessário estabelecer comunicação com eles por meio de uma ou outra língua e, posteriormente, como primeira condição para toda inteligência, que eles tivessem uma psicologia semelhante à dos homens.
(Nestes parágrafos, há um forte indício de algo que muitos na Ufologia suspeitam há tempos: pelo menos, o governo americano já teria entrado em contado direto com seres extraterrestres e até firmado algum tipo de acordo de cooperação.)
De qualquer forma, o direito internacional deveria dar lugar a uma nova lei com base diferente, que poderia ser chamada de “Direito entre os Povos Planetários”, seguindo as diretrizes encontradas no Pentateuco*. Obviamente, a ideia de revolucionar o direito internacional a ponto de torná-lo capaz de lidar com novas situações nos obrigaria a uma mudança em sua estrutura, uma mudança tão fundamental que ele não seria mais direito internacional, isto é, como é concebido hoje, mas algo completamente diferente, de modo que não poderia mais ter o mesmo nome.
(*O Pentateuco é o conjunto dos cinco primeiros livros da Bíblia – Gênesis, Êxodo, Levítico, Números e Deuteronômio. Para os judeus, esses livros são chamados Torá, que significa “Lei” ou “instrução”. Estes livros narram a história do povo de Israel desde a criação do mundo até a morte de Moisés, incluindo as leis e preceitos religiosos que formam a base do judaísmo e, em parte, do cristianismo. Oppenheimer e Einstein eram judeus. É, no mínimo, curioso ele mostrar uma preocupação ético-religiosa diante de uma questão que estaria, obviamente, muito além dessa ótica. Mas a verdade é que esta parte me deixa ainda mais crente na autenticidade da correspondência.)
Se esses seres inteligentes possuíssem uma cultura mais ou menos e uma organização política mais ou menos perfeita, teriam o direito absoluto de serem reconhecidos como povos independentes e soberanos; teríamos que chegar a um acordo com eles para estabelecer as normas jurídicas sobre as quais as relações futuras deveriam se basear, e seria necessário aceitar muitos de seus princípios.
Finalmente, se eles rejeitassem toda cooperação pacífica e se tornassem uma ameaça iminente à Terra, teríamos o direito à legítima defesa, mas apenas na medida em que fosse necessário para anular esse perigo.
(O ponto de confluência com o pensamento que os militares tinham na época, segundo o que o coronel Corso nos contou: em caso dos alienígenas representarem uma ameaça, os EUA teriam o direito de se defender e eles precisariam estar prontos para isso.)
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Outra possibilidade pode existir: a de que uma espécie de homo sapiens tenha se estabelecido como nação independente em outro corpo celeste do nosso sistema solar e evoluído culturalmente de forma independente do nosso. Obviamente, essa possibilidade depende de muitas circunstâncias, cujas condições ainda não podem ser previstas. No entanto, podemos estudar a base sobre a qual tal coisa poderia ter ocorrido.
(A hipótese de que o próprio ser humano exista em outro planeta, aqui no nosso Sistema Solar, é imaginada e considerada por Oppenheimer como uma fonte de novos estudos.)
Em primeiro lugar, as condições de vida nesses corpos, digamos a Lua ou o planeta Marte, teriam que ser tais que permitissem uma vida estável e, até certo ponto, independente, do ponto de vista econômico. Muito se tem especulado sobre as possibilidades de vida existente fora da nossa atmosfera e além dela, sempre de forma hipotética, e há aqueles que chegam ao ponto de apresentar fórmulas para a criação de uma atmosfera artificial na Lua, que, sem dúvida, têm uma certa base científica e que podem um dia vir à luz.
Vamos supor que silicatos de magnésio na Lua possam existir e conter até 13% de água. Usando energia e máquinas trazidas à Lua, talvez de uma estação espacial, as rochas poderiam ser fragmentadas, pulverizadas e, em seguida, recirculadas para expulsar a água da cristalização. Esta poderia ser coletada e decomposta em hidrogênio e oxigênio, utilizando uma corrente elétrica ou a radiação de ondas curtas do Sol. O oxigênio poderia ser usado para fins respiratórios; o hidrogênio poderia ser usado como combustível.
(Outra passagem intrigante. Robert já estava falando da chegada à Lua e de uma estação espacial, coisas que só poderiam mesmo ser fantasiadas por alguém que estivesse por dentro dos maiores avanços científicos aeroespaciais da sua época.)
De qualquer forma, se nenhuma existência for possível em corpos celestes, exceto para empreendimentos de exploração de suas riquezas naturais, com um intercâmbio contínuo dos homens que trabalham neles, incapazes de se estabelecerem ali indefinidamente e serem capazes de viver uma vida isolada, a independência jamais ocorrerá.
Agora chegamos ao problema de determinar o que fazer se os habitantes de corpos celestes, ou entidades biológicas extraterrestres (EBE), desejarem se estabelecer aqui.
(Mais um tópico digno de nota: o termo EBE usado por Oppenheimer. Philip Corso deixou claro em sua obra que essa sigla para Entidade Biológica Extraterrestre só foi cunhada após os cientistas militares terem realizado autópsias nos cadáveres recolhidos junto aos destroços de naves. Apenas o altíssimo escalão oficial tinha conhecimento de tal terminologia.)
1. Se forem politicamente organizados e possuírem uma certa cultura semelhante à nossa, poderão ser reconhecidos como um povo independente. Poderão considerar qual grau de desenvolvimento seria necessário na Terra para a colonização.
2. Se considerarem nossa cultura desprovida de unidade política, teriam o direito de colonizar. É claro que essa colonização não pode ser conduzida em bases clássicas.
Uma forma superior de colonização teria que ser concebida, o que poderia ser uma espécie de tutela, possivelmente por meio da aprovação tácita das Nações Unidas (ONU). Mas teriam as Nações Unidas o direito legal de permitir tal tutela sobre nós dessa forma?
(a) Embora as Nações Unidas sejam uma organização internacional, não há dúvida de que não teriam direito de tutela, visto que seu domínio não se estende além das relações entre seus membros. A ONU teria o direito de intervir apenas se as relações de uma nação-membro com um corpo celeste afetassem outra nação-membro com um povo extraterrestre, e estivessem além do domínio das Nações Unidas. Mas se essas relações implicassem um conflito com outra nação-membro, as Nações Unidas teriam o direito de intervir.
(Essa parte é um pouco confusa, mas mostra a pertinente apreensão de Oppenheimer com as consequências geopolíticas de uma relação aberta dos humanos com outras nações não-humanas.)
(b) Se as Nações Unidas fossem uma organização supranacional, teriam competência para lidar com todos os problemas relacionados a povos extraterrestres. É claro que, mesmo sendo apenas uma organização internacional, poderiam ter essa competência se seus Estados-membros estivessem dispostos a reconhecê-la.
(O físico chega a elucubrar como a Organização das Nações Unidas poderia, ou não, mediar conflitos entre países caso acontecesse até uma colonização extraterrestre.)
É difícil prever qual será a atitude do direito internacional em relação à ocupação de certos locais do nosso planeta por povos celestes, mas a única coisa que se pode prever é uma profunda mudança nos conceitos tradicionais.
(A Ufologia atual acredita que alguns pontos do nosso planeta já são ocupados por seres alienígenas, extraterrestres ou intraterrenos: cavernas, montanhas, os polos gelados e as profundezas dos Oceanos. É notável ver, nesta carta, Oppenheimer mencionar, nos anos 40, “certos locais do nosso planeta” serem ocupados por “povos celestes”.)
Não podemos excluir a possibilidade de que uma raça de povos extraterrestres, mais avançada tecnológica e economicamente, possa assumir o direito de ocupar outro corpo celeste. Como, então, essa ocupação se daria?
(Acompanhe atentamente todo o raciocínio a seguir. É baseado nele a conduta dos governos militares da Terra sobre a verdade extraterrestre, até os dias de hoje.)
1. A ideia de exploração por um Estado Celeste seria rejeitada; eles poderiam pensar que seria aconselhável concedê-la a todos os outros capazes de alcançar outro corpo celeste. Mas isso seria manter uma situação de privilégio para esses Estados.
2. A divisão de um corpo celeste em zonas e a distribuição delas entre outros Estados Celestes. Isso apresentaria o problema da distribuição. Além disso, outros Estados Celestes seriam privados da possibilidade de possuir uma área ou, se a possuíssem, isso envolveria operações complicadas.
3. Co-soberania indivisível, dando a cada Estado Celeste o direito de fazer o uso que for mais conveniente aos seus interesses, independentemente dos outros. Isso criaria uma situação de anarquia, já que o mais forte venceria no final.
4. Uma entidade moral? A solução mais viável, parece ser esta: apresentar um acordo que garanta a absorção pacífica de uma ou mais raças celestiais, de forma que nossa cultura permaneça intacta, com garantias de que sua presença não seja revelada.
(Mais uma vez, o físico novaiorquino pensa a respeito de uma provável colonização extraterrestre e suas implicações para a nossa raça. Na hipótese 4, ele crê que a solução mais factível seria um “acordo” que garanta uma “absorção pacífica” de uma “ou mais” raças celestiais. Agora, eu te pergunto, caro leitor: esse acordo já não teria sido firmado? E com “garantias de que sua presença não seja revelada” – acobertamento institucional e vitalício.)
Na verdade, não acreditamos que seja necessário ir tão longe. Seria apenas uma questão de internacionalizar os povos celestiais e criar um instrumento de tratado internacional que impeça a exploração de todas as nações pertencentes às Nações Unidas.
(Internacionalizar os povos celestiais! Ou seja, transformar os ETs em cidadãos da Terra e garantir que apenas os países membros das Nações Unidas não sejam explorados por eles. Solução simples, não? Contém ironia.)
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A ocupação por Estados aqui na Terra, que perdeu todo o interesse pelo direito internacional, uma vez que não havia mais territórios res nullius*, está começando a recuperar toda a sua importância no direito internacional cósmico. A ocupação consiste na apropriação por um Estado res nullius*. *(sem dono)
Até o século passado, a ocupação era o meio normal de aquisição de soberania sobre territórios, quando as explorações possibilitaram a descoberta de novas regiões, desabitadas ou em estágio elementar de civilização. A expansão imperialista dos Estados chegou ao fim com o fim das regiões passíveis de ocupação, que agora foram drenadas da Terra e existem apenas no espaço interplanetário, onde os Estados Celestes apresentam novos problemas.
Res nullius é algo que não pertence a ninguém, como a Lua. No direito internacional, um corpo celeste que não está sujeito à soberania de nenhum Estado é considerado res nullius.
Se fosse possível estabelecer que um corpo celeste dentro do nosso Sistema Solar, como a nossa Lua, foi ou é ocupada por outra raça celeste, não haveria reivindicação de res nullius por nenhum Estado na Terra (se esse Estado decidisse no futuro enviar exploradores para reivindicá-lo). Existiria como res communis*, ou seja, todos os Estados Celestes teriam os mesmos direitos sobre ele. *(coisa de todos, algo sem dono)
(O pensamento imperial americano se vê diante, pela primeira vez, de uma ameaça muito maior, mais forte e terrivelmente imprevisível. Ainda bem que, até este ponto da nossa história, os extraterrestres não demonstraram esse apetite colonizador voraz do bicho-homem.)
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E agora, a questão final: a presença de astroplanos celestes em nossa atmosfera é um resultado direto de nossos testes com armas atômicas?
A presença de naves espaciais não identificadas voando em nossa atmosfera (e possivelmente mantendo órbitas ao redor do nosso planeta) é agora, no entanto, aceita “de fato*” por nossos militares. (*correção escrita à mão pelo autor.)
(É neste momento que a “carta-bomba” explode. Robert fez questão de anotar de próprio punho, na hora da releitura deste rascunho datilografado, o termo “asdefacto” para deixar óbvio que os militares já aceitavam a realidade da presença extraterrestre em nosso planeta. Nem havia dúvida. Não eram os russos. Outro dado relevante: Oppenheimer usou a palavra “astroplanes”, indicando que a carta foi escrita no começo de junho de 1947. Isso, porque no final do mesmo mês, no dia 24 de junho, daquele ano, Kenneth Arnold havia cunhado a expressão “flying saucer”, numa entrevista onde descrevia o avistamento de 9 naves que flutuavam no céu parecendo “pires voadores”. Rapidamente a descrição “Discos Voadores” se popularizou na mídia mundial.)
Em todas as questões sobre se os Estados Unidos continuarão os testes de bombas de fissão e desenvolverão dispositivos de fusão (bombas de hidrogênio) ou chegarão a um acordo para desarmar e excluir armas que sejam muito destrutivas, com exceção da guerra química, na qual, por algum milagre, lamentações de filósofos, os esforços dos políticos e a conferência de diplomatas foram fadados ao fracasso e não realizaram nada.
O uso da bomba atômica combinada com veículos espaciais representa uma ameaça numa escala que torna absolutamente necessário chegar a um acordo nessa área. Com o surgimento de veículos espaciais não identificados (as opiniões estão profundamente divididas quanto à sua origem) nos céus da Europa e dos Estados Unidos, tem-se mantido um medo inexorável, uma ansiedade em relação à segurança, que está levando as grandes potências a se esforçarem para encontrar uma solução para a ameaça.
(Mais uma questão extremamente reveladora! Robert explicita que “as grandes potências” estão se esforçando para encontrar uma solução para a “ameaça”. Hoje, é sabido que os governos militares do mundo todo trocam informações sigilosas sobre OVNIs e OSNIs – objetos submersos não identificados. Foi exatamente por essa dinâmica que o Exército Brasileiro chegou, com relativa rapidez, ao local da queda da nave em Varginha, em janeiro de 1996.)
Estrategistas militares preveem o uso de naves espaciais com ogivas nucleares como a arma de guerra definitiva. Até mesmo a implantação de satélites artificiais para coleta de inteligência e seleção de alvos não está distante. A importância militar de veículos espaciais, satélites e foguetes é indiscutível, uma vez que projetam a guerra do plano horizontal para o plano vertical em seu sentido mais amplo.
O ataque não vem mais de uma direção exclusiva, nem de um país determinado, mas do céu, com a impossibilidade prática de determinar quem é o agressor, como interceptar o ataque ou como efetuar represálias imediatas. Esses problemas são agravados ainda mais pela identificação. Como o operador de radar de defesa aérea identifica, ou mais precisamente, classifica seu alvo?
Atualmente, podemos respirar um pouco mais aliviados sabendo que bombardeiros de movimento lento são o meio de lançamento de bombas atômicas que podem ser detectadas por radares de alerta antecipado de longo alcance. Mas o que faremos, digamos, daqui a dez anos? Quando satélites e mísseis artificiais encontrarem seu lugar no espaço, devemos considerar a ameaça potencial que naves espaciais não identificadas representam.
Deve-se ponderar o fato de que a identificação incorreta dessas naves espaciais para um míssil intercontinental em fase de reentrada de voo pode levar a uma guerra nuclear acidental com consequências horríveis.
(A realidade extraterrestre estava identificada e passava a ser um dos motores dos avanços tecnológicos de guerra, não só dos EUA, mas de outras nações. Nestas linhas, o cientista confirma uma preocupação que chegaria até a mente do 35º presidente americano, John Fitzgerald Kennedy. E se um OVNI fosse confundido com um foguete de ataque russo?! Esse medo teria levado JFK a redigir um acordo de cooperação mútua com a União Soviética, abrindo os segredos das agências de inteligência americanas descobertos nas últimas décadas em relação aos alienígenas. Poucos dias depois, Kennedy seria estranhamente assassinado em praça pública.)
Por fim, devemos considerar a possibilidade de que nossos testes atmosféricos recentes possam ter influenciado a chegada do escrutínio celestial. Eles poderiam ter ficado curiosos ou até mesmo alarmados com tal atividade (e com razão, pois os russos fariam todos os esforços para observar e registrar tais eventos).
Concluindo, nossa opinião profissional, com base nos dados apresentados, é que esta situação é extremamente perigosa e medidas devem ser tomadas para retificar um problema gravíssimo são muito evidentes.
Respeitosamente,
/s/
Dr. J. Robert Oppenheimer
Diretor de Estudos Avançados de Princeton, New Jersey
/s/
Professor Albert Einstein de Princeton, New Jersey
Eu e Marshall lemos isso e devo admitir que há alguma lógica. Mas dificilmente acredito que o Presidente considerará isso pelas razões óbvias. Pelo que entendi, Oppenheimer abordou Marshall enquanto eles participavam da cerimônia. Marshall rejeitou a ideia de Oppenheimer discutir isso com o Presidente. Conversei com Gordon* e ele concordou.
(A cópia desta carta termina com essa nota de rodapé que foi incluída por alguém que, certamente, não é o autor original. Possivelmente, a pessoa que interceptou este documento e o classificou como “Top Secret”. Um indicativo adicional de que a carta é mesmo autêntica. A celebração citada é a cerimônia Marshall, que leva o sobrenome de George Catlett Marshall, na ocasião, em 1946, Oppenheimer recebeu a Medalha Presidencial da Liberdade diretamente das mãos do general, em reconhecimento ao seu trabalho bem-sucedido no Projeto Manhattan.)
* Gordon Griffiths foi de fato amigo e colaborador próximo de J. Robert Oppenheimer, principalmente durante o período em que este frequentou a Universidade da Califórnia, Berkeley. Griffiths, então estudante de pós-graduação, serviu como elo de ligação entre uma “unidade fechada” do Partido Comunista e os professores de Berkeley, incluindo Oppenheimer.
As memórias não publicadas de Griffiths revelam que Oppenheimer era membro dessa célula. A unidade comunista sigilosa a qual Robert participou era um grupo de discussão na Universidade da Califórnia, posteriormente identificada como uma unidade secreta do Partido Comunista dos Estados Unidos para professores. Este grupo, do qual o físico fez parte entre 1937 e 1942, era composto por colegas como Haakon Chevalier e Gordon Griffiths.
Se você, amiga ou amigo UpDater, ainda não acreditava na existência de extraterrestres e que, há muito tempo, os governos já sabem disso e guardam inúmeras provas… boom! A carta-bomba explodiu no seu colo.